Muitas das organizações estão decepcionadas com sua taxa de progresso ou com o fracasso de alcançar o crescimento além de seus principais produtos enquanto tentam lançar novos produtos ou iniciativas. Em um post publicado esta semana no blog da Singularity University, seu vice-presidente de inovação corporativa, Nick Davis, tenta ajudar os executivos a identificar os sinais de alerta que devem ser verificados regularmente para garantir que o futuro mecanismo de crescimento da organização tenha força suficiente para alimentar seus principais objetivos.
Para começar, Davis reforça que a prontidão para a mudança vai muito além da implementação da tecnologia atual. "É verdade que as tecnologias exponenciais estão impulsionando as enormes rupturas que estão refazendo setores inteiros. Mas a tecnologia sozinha não ajudará sua organização a enfrentar os desafios do nosso admirável mundo novo", diz ele.
Segundo Bryan Weiner,professor da Universidade de Washington, estar bem preparado para uma iniciativa de transformação bem-sucedida envolve múltiplos níveis e facetas de uma organização, incluindo pessoal, fluxo de trabalho, tomada de decisões, comunicação e incentivo. "Embora você deva saber o quanto sua equipe está comprometida com a mudança em grande escala, também é essencial conhecer sua capacidade coletiva de realizar mudanças, o que Weiner chama de mudança de eficácia. Um aspecto importante da prontidão organizacional é a capacidade de identificar e abordar possíveis problemas que possam atrapalhar suas iniciativas de inovação antes que elas comecem", comenta Davis.
Embora haja muitas incógnitas na condução de mudanças nas organizações, Davis acredita que é possível aumentar as chances de sucesso com uma visão clara de onde se quer chegar, a definição da missão e o compartilhamento das metas. "A falta de patrocínio e apoio da suíte executiva pode colocar a empresa em sério risco de sobrevivência, tanto quanto a falta de engajamento entre as unidades de negócios e os parceiros", alerta o executivo. "Talvez o assassino de inovação mais letal seja o fracasso de uma equipe executiva ou de um conselho em fornecer os recursos financeiros e humanos necessários. Mas além de alocar recursos, a liderança executiva também deve promover uma cultura de inovação que inclua a permissão de ser ousado, experimentar e cometer erros ao longo do caminho".
"Se você estiver familiarizado com o 6Ds Framework de Peter Diamandis (abaixo), você pode saber que este roteiro de desenvolvimento rápido ajuda a visualizar estágios através dos quais a tecnologia acelera. É essencial saber onde as tecnologias exponenciais que impulsionam seus negócios estão relacionadas a essa curva de crescimento e como elas estão convergindo. Monitorar de perto e de forma contínua essas tendências pode ajudá-lo a tomar decisões melhores, mais rapidamente".
Segundo Peter Diamandis criador dos 6Ds, um framework que representa as 6 características distintivas desse tipo de tecnologia.
Cada D representa um atributo, são eles:
Digitalização - O primeiro passo é a digitalização de uma tecnologia que até então era predominantemente física.
Dissimulação – Nessa fase inicial, a tecnologia exponencial passa por um período de crescimento dissimulado. O crescimento parece zero, mas o que está ocorrendo é a duplicação de múltiplos pequenos (0,01, 0,02, 0,04, 0,08...) e, por esse motivo, o crescimento parece imperceptível.
Disrupção – A tecnologia alcança o “joelho" da curva exponencial e o crescimento se acelera. Quando isso ocorre, bastam, por exemplo, 20 duplicações para levar a nova tecnologia a um crescimento de 1.000.000 de vezes.
Desmaterialização – Uma vez que a tecnologia se torna disruptiva, ela se desmaterializa. Em outras palavras, você não a tem nas mãos como um objeto físico. Aparelhos de GPS, máquinas fotográficas, agendas de contatos, blocos de notas, calculadoras científicas...a lista de objetos que se desmaterializaram em forma de apps no seu smartphone é longa.
Desmonetização – Neste ponto, as novas tecnologias desmonetizam os modelos de negócio tradicionais, que resolviam o mesmo problema. A Wikipedia desmonetizou as enciclopédias físicas, como a inesquecível Barsa; o Linkedin desmonetizou os cadernos de emprego dos jornais; o Airbnb vem desmonetizando as grandes redes de hotéis. Os exemplos são muitos.
Democratização – O estágio final do ciclo é a democratização. Tecnologias antes acessíveis a poucos privilegiados, estão nas mãos de uma parte considerável da humanidade. O Medium democratiza a publicação editorial; o YouTube, a produção de conteúdo audiovisual; os Makerspaces, a manufatura. Se você é músico e tem um notebook com um software como o GarageBand instalado, pode gravar seu álbum com pouquíssimos custos e publicá-lo gratuitamente em serviços como o SoundCloud.
Em resumo, a capacidade de impactar milhões de pessoas nunca esteve ao alcance de tanta gente. Todo mundo, com uma conexão de internet e uma dose de conhecimento sobre como funcionam as tecnologias exponenciais, pode produzir e consumir conteúdos, produtos e serviços de uma forma impossível a qualquer geração anterior.
"Para progredir e ficar à frente do ritmo exponencial de mudanças, sua organização precisa desenvolver um poderoso mecanismo de crescimento", sustenta Davis. "Para isso, a empresa deve ser capaz de medir os resultados para melhorar o desempenho do seu mecanismo ao longo do tempo", completa. E esses três indicadores ( de engajamento, tecnologia e progresso) são fundamentais.